Só na banguela

Sempre reclamei dos caminhoneiros 'na banguela' tanto na Serra das Araras, como naquela doideira que é o caminho de São Paulo em direção à Curitiba. Hoje, depois de algumas horas atolado e vendo outros atolando, ouvi da boca de um deles que não há como não serem rápidos nos seus trajetos. Caminhões lotados de cebola tem 24 horas para saírem daqui em direção aos centros de distribuição de qualquer supermercado na região metropolitana de São Paulo. Segundo uma das fontes, aqui entrevistadas, "O Pão de Açúcar não aceita entrega depois das 18 horas". E quem sifu não é o Marcos e seus aéreos, mas aqueles que rumam em busca de sossego na BR-116.

Cena clássica de praça brasileira

Cebolas, Herefords e uma Polar!

Em cidade pequena pouco se fala e muito se escuta. À mesa, ouvimos histórias dos "senhores de engenho" locais sobre o plantio da cebola, o gado Hereford e a tranquilidade das estradas uruguaias (o único consolo até ali). Na garganta um gole seco e gelado da Polar.

Mostardas!

A estrada do inferno cansou a todos. Perdemos uma calota e sentimos o peso do asfalto esburacado. Chegar no pequeno Balneário de Mostardas foi incrível. Ruas amplas com pouca gente na rua e quase nenhum carro. Arrumamos um lugarzinho para descansar e corremos para o mar, que lembrou Peruíbe.

Até Osório e rumo ao que chamam de inferno

Muita estrada, mas muita alegria de seguir viagem rumo ao desconhecido. Laguna era o ponto mais ao sul que conhecia. Terra de Anita Garibaldi e das belas direitas da Praia Teresa. Viajamos muito, cruzamos a divisa com o Rio Grande do Sul e em Osório decidimos que não iríamos por Porto Alegre, onde o plano era dormir em Camaquã.

Olhei o Guia 4 Rodas e senti que dava para arriscar o trajeto pela estreita faixa de terra entre a grande Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Parei em um posto policial para me certificar que o caminho era adequado.

"Seu guarda, essa estrada é boa?", perguntei ao gaúcho fardado de policial estradeiro, que em pé, tomava conta do posto.

"Essa é a estrada do inferno.", respondeu.

Era o que faltava para tomarmos a decisão.

Pode soprar que a gente segura a bronca!

WORLD Hold On!

Com convites gratuitos para uma 'festa de arromba' na chique praia de Jurerê Internacional (afinal de contas nada que é chique pode ser nacional), enchemos a lata e comemos demais. Onde já se viu feijão preto com champagne? No fim, o que era internacional virou brega. 

O mais importante é que celebramos a chegada de 2008 dançando e nos divertindo. 

"World, Hold On"

Bob Sinclair

O primeiro porto da Ilha de Santa Catarina